sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Cinzas...

 O cansaço se pôs sobre meus ombros

E os olhos afiados se desgastaram

O mundo novo envelheceu

Com peso na voz de uma criança surgiu a rouquidão

 

As estrelas lá foram já não falam mais comigo

A noite já não reverbera em minha mente

O Amargor do whisky já não me encanta

A chuva já não cai em meu rosto

O tempo chegou de se entregar as chamas

 

E das chamas eu devo ressurgir

Me purificar pelas decisões que tomei

O futuro que forjei

E das cinzas que deixei

Eu retornei

 

E meus ombros voltam a carregar a carga

Olhos veem as nuvens azuis

E o mundo continua seguindo

Na voz adulta de uma criança.



quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Carga da vida...

A carga marca o chão que passa
corta a carne da terra
sangra o óleo da vida
Descabela as arvores em sua volta

Sacode a poeira por seu peso
ergue as lagrimas da chuva
esmaga os ossos secos no chão

Acelera nas retas
e quase capota nas curvas
deixando marcas no chão
cravados em espinhos e em marcas

cicatrizes do tempo em um chão batido